Azáfama; grande atividade; agitação; rebuliço.

05
Nov 08

Barack Obama fez história. Depois de dois mandatos desastrosos de George W. Bush onde se destacam os erros da Guerra do Iraque, os problemas ambientais através das alterações climáticas, a taxação elevada à classe média e o favorecimento dos mais ricos, a consequente crise financeira e económica. Esta foi uma administração que não deixa saudades, infelizmente a transição ainda vai ocorrer até Janeiro, cada dia daquela administração é um dia a mais. 

 

A campanha dos democratas nestas eleições presidenciais foi quase perfeita. Não esquecer que Obama primeiro ultrapassou Hilary Clinto e depois beneficiou do seu apoio. Os donativos, a campanha na Internet, os voluntários, a proximidade aos jovens, as imigrantes e a adesão tanto de cidadãos com baixas escolaridade como os qualificados. Tinha de facto uma excelente equipa de profissionais com ele, mas o principal mérito é de Obama, ele trabalhou em projectos de desenvolvimento comunitário, trabalhou como director de uma revista de estudos académicos na área do direito e entendeu uma questão muito importante: para haver sucesso e desenvolvimento é essencial um movimento da base para o topo, mas também é necessário haver vontade política e ideias coniventes com aquele movimento, foi isso que o levou à corrida presidencial em 20 meses estruturou uma excelente equipa, elaborou um excelente programa de ADN de esquerda, utilizou a vontade de mudança e os meios tecnológicos ao seu dispor e ganhou todos os debates em que participou. 

 

Arrasou com os republicanos McCain e Palin, foi a maior vitória na história dos E.U.A. As suas prioridades vão ser terminar as Guerras da melhor maneira possível, combater as alterações climáticas, promover uma globalização justa e terminar com a crise das finanças e da economia norte-americana. Tudo vai mudar rapidamente para melhor? Não, mas para já injecta confiança nos sistemas, dá esperança às pessoas e manda um sinal de que elas contam, afinal não é isto que todos queremos ouvir dos responsáveis políticos? Se é mais branco ou preto não interessa, importa que nasce agora uma nova era.   

publicado por polvorosa às 15:07
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27
Set 08

Aqueles que pedem mais liberalismo e o afastamento do Estado na Economia agora andam muito calados, as nacionalizações verificadas precisamente nos EUA vieram demonstrar como o neo-liberalismo estava redondamente enganado. Numa altura de especulação imobiliário, energética, alimentar, petrolífera e sabe-se lá mais o quê, é necessário regularizar dos mercados financeiros, as autoridades falharam redondamente, vimos isso também também em Portugal com a recente crise do B.C.P.

 
Os novos produtos financeiros são feitos para gerar ainda mais lucros e especulação. Os auditores, gestores, administradores através da especulação financeira mais não estão senão a criar ilusão sem tradução a médio-longo prazo para a economia real.
Não é o fim do capitalismo, aliás, no meu entendimento este sistema mesmo assim ainda consegue ser melhor do que outros experimentados no mundo sem sucesso. Mas a verdade é que sem a intervenção dos Estados, sem a intervenção das autoridades reguladoras, o F.M.I., o Banco Mundial o capitalismo torna-se selvagem e acentua as desigualdades sociais. O sector financeiro não é auto-regulável, estou contra um tipo de capitalismo selvagem que não olha a meios para atingir os fins de ganância dando cabo do planeta. 
Esses neo-liberais que andam por aí postulam que quando as empresas dão lucros privatizam-se, quando dão prejuízos já devem ser compensados com o dinheiro dos contribuintes, cuidado com esta falácia e os precedentes, estou totalmente contra esta lógica de ganância e de egoísmo. 
A engenharia financeira associada à ganância dos administradores contando com a complacência das autoridades de regulação deu porcaria. Agora é tempo de correr com a escumalha e dar mais valor à economia real do que à economia virtual de casino que infelizmente deu este triste resultado de consequências imprevisíveis no espaço e no tempo.
 
As eleições dos E.U.A. dependem muito do estado da finança e da economia. O Plano Bush quer injectar 500.000 milhões de euros (700.000 milhões de dólares) do governo nas empresas, mas será esse paliativo suficiente? Duvido. O problema não é só conjuntural, é mais do que isso, as empresas de crédito hipotecário e a banca têm problemas de fundo, ora como é possível manter um sistema em rede quando as pessoas têm cada vez menos poder de compra e estão cada vez mais endividadas? Hoje em dia, o crédito vai ficar mais caro, as famílias vão passar a comprar menos e com dificuldade no acesso ao crédito. Questionamos quando a economia dos EUA e da Europa têm dificuldades de concorrência com as empresas em crescimento da China, do Brasil e da Índia, o que vai acontecer ao nosso pequeno país?
Entretanto, os americanos querem ouvir os candidatos presidenciais falarem sobre a situação económica e financeira da banca e seguradoras nos EUA e John McCain tentou fugiu ao debate. Não lhe fica bem fugir com o rabo à seringa.   
 
* Cinco maiores bancos de Wall Street pagaram 3 mil milhões de dólares aos executivos.
** A Guerra no Iraque vai custar 3 triliões de dólares.
publicado por polvorosa às 00:50
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27
Ago 08

A eleição presidencial nos Estados Unidos da América será a 4 de Novembro de 2008. As eleições norte americanas são tão importantes que todos os cidadãos do mundo deveriam poder votar nelas. Ontem mesmo Hillary Clinton deu o seu apoio a Barack Obama para ao mesmo tempo derrubar John McCain. Hillary pediu aos seus apoiantes para votar Obama, não esquecer que metade dos 18 milhões de apoiantes que votaram Hillary Clinton nas primárias não apoiam Obama, 20% dizem mesmo votar em John McCain, por isso todo este esforço.

Os serviços de segurança evitaram um atentado contra Obama, um grupo de três pessoas toxicodependentes e segregacionistas raciais tinham um plano para abater o candidato, será que não haverá nos states uma conspiração para abater o candidato mestiço?

O escolhido para vice-presidente da candidatura democrata é Joe Biden de 65 anos. Este é senador desde 1973, actualmente presidente da comissão de Negócios Estrangeiros do Senado e figura central da política norte-americana. Sabe muito de política externa, é um excelente orador, representa as pessoas da classe média, ainda assim cometeu um erro no seu discurso, por exemplo, quando disse que Obama era o primeiro afro-americano "bonitinho e limpinho", mas está tudo sanado, o candidato perdou-lhe essa tirada infeliz.  

Obama percebeu o impacto das novas tecnologias de informação e comunicação na política, tem um excelente sítio na internet, blogue, multimédia, donativos via web, telemóveis, contudo, como bem demonstra Andrew Keen em "O Culto do Amadorismo" as vitórias na política não se fazem só à conta das tecnologias, importa não descurar os meios de comunicação tradicionais, mas sobretudo a força das ideias, programas e valores. Neste momento as sondagens dão a democratas e republicanos um empate, mas como andam as coisas na política internacional com a crise no Cáucaso envolvendo a Rússia, com esta a admitir uma nova Guerra Fria, tenho a certeza que não há vencedor antecipado e tudo pode acontecer até 4 de Novembro. 

publicado por polvorosa às 12:06
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