Azáfama; grande atividade; agitação; rebuliço.

23
Mar 10

O Alentejo é hoje um território com potencial imenso. O Turismo cresce muito bem. A Barragem de Alqueva cheia de água a contrariar os velhos do restelo para quem a Barragem nunca encheria, tem capacidade hidro-eléctrica com potencial incrível, as condutas para a rega estão avançadas. A estação de TGV em Évora vai brevemente ser uma realidade. O Aeroporto de Alcochete vai localizar-se pertinho de Vendas Novas. Sines é um pólo incrível de desenvolvimento. Em termos de investimento público vemos uma série de apostas estratégicas que a médio-longo prazo vão certamente ter resultados positivos para esta região.

 

Portalegre, Évora e Beja têm apenas representação parlamentar de 8 deputados num universo de 230 deputados! É curto, politicamente tem uma representação fraca, apesar de ser um território imenso com 27.324 km2 de área total. No meu ponto de vista, a aposta política mais importante no futuro será manter as pessoas nas suas terras, existir regionalmente marketing territorial no sentido de trazer mais população para se fixar no interior através de incentivos reais. É necessário mais investimento público na educação e saúde, medidas positivas de apoio e atracção de investimento empresarial, batalhar por aumentar os padrões de qualidade de vida para os munícipes.

 

Agora num momento em que vemos Obama nos E.U.A. a universalizar os cuidados de saúde para todos, assistimos numo Europa liderada pelo Comissário Europeu Durão Barroso à perversidade do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que contrai o investimento público e os apoios sociais na altura em que mais são necessários. Há hoje em dia um dualismo gritante no mundo, a Europa corre o risco de ficar aprisionada entre um Estado responsável dos EUA e um Estado imparável da China. Infelizmente vemos o Modelo Social Europeu a desfalecer, aquela que era a grande marca europeia corre o risco de se tornar uma miragem. Urge repensar o que queremos para a Europa em geral e para o nosso cantinho no Alentejo em particular, há hoje claramente um racionalismo instrumental individualista europeu que impede a criatividade e inovação dos cidadãos e das comunidades. Só conseguimos mudar este rumo com uma Sociedade Civil forte, com cidadãos activos e participativos, conscientes dos seus direitos e deveres, com Estados fortes e responsáveis, com Empresas socialmente responsáveis, considero-me um optimista, pegando na máxima do Maio de 68, sejamos realistas exijamos o impossível.

publicado por polvorosa às 13:41

16
Dez 08

 

 No  âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) foi na primeira semana de Dezembro assinado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo um conjunto de contratos para desenvolver iniciativas de Património Cultural, acções de Valorização do Litoral, Requalificação das Escolas de Ensino Básico e Educação Pré-Escolar e finalmente Parcerias para a Regeneração Urbana. Um pacote de investimento total na ordem de 61.891.992,83 euros. 

 

Vemos como muitos municípios do Alentejo já fizeram as suas candidaturas ao FEDER (INALENTEJO) apoiado pelo QREN. Uma grande fatia daquele bolo vai para a construção dos Centros Escolares, podemos ver como: Santarém, Odemira, Beja, Reguengos de Monsaraz, Alandroal, Rio Maior, Redondo, Arraiolos, Évora, Montemor-o-Novo, Sines, Alcácer do Sal e Vidigueira se mexeram e estão já a beneficiar dos fundos económicos europeus.

 

A Câmara de Viana do Alentejo tem a ideia de vir a Construir um Centro Escolar no valor de 1,5 milhões de euros. Porque será que não foi já essa candidatura realizada e aprovada no quadro do QREN como todas aquelas?

Será que a Câmara não consegue fazer candidaturas aos programas europeus sem estar ad eternum à espera da Associação de Municípios do Distrito de Évora para avançar? 

 

Ler a notícia publicada no Diário do Sul.

publicado por polvorosa às 18:06

29
Set 08

Hoje foi apresentado um estudo da O.C.D.E. denominado “Estudo Territorial de Portugal”. Diz que apesar de ter havido alguns progressos existem grandes assimetrias regionais. Nós que estamos no Alentejo sentimos isso na pele diariamente, os estudos dão razão ao nosso pessimismo e condenam a política do betão.

 
Na minha opinião estes são os principais domínios de Prioridade do Planeamento Regional em Portugal:
1º Construção de infra-estruturas estratégicas para o Ordenamento do Território. Dotar o território de estruturas para o suporte à Competitividade Empresarial.
2º Política Regional que valorize o sistema Urbano. A Cidade tem o papel de espaço de polarização da vida económica e social. O sistema urbano é diversificado. Valorizar a Rede de Cidades de Pequena e Média dimensão para aquisição de Massa Crítica. Ligação entre Espaços Urbanos e Espaços Rurais. Por exemplo, Évora perdeu as ligações com os territórios rurais como teve no passado ao nível do comércio.
3.º Necessidade da Política Regional combater as assimetrias dos Espaços Rurais. Passa pela articulação dos Espaços Rurais com a Rede Urbana. Dotar os Espaços Rurais com novas Redes de Comunicação (por exemplo: Banda Larga).
4.º Dinamização do sistema regional de Conhecimento. Promoção de Serviços avançados de apoio à Actividade Empresarial.
5.º Estimular o potencial empresarial que existe em cada região. É necessário que os empresários façam o upgrade (actualização) das suas competências. Confiança inter-institucional pode melhorar a Produtividade e desenvolver os Territórios.
6.º Necessidade de reforçar a Capacidade Organizativa dos Territórios (por exemplo: Gabinetes de Aconselhamento ao Empresário: fazer aconselhamento técnico, que tipo de apoios existem para determinado projecto, apoio à participação em Feiras Nacionais e Internacionais.
 
Estas são as condições prévias ao Planeamento, mas essencialmente é necessário haver quem estabeleça a conectividade a 3 níveis: Territorial; Sistema de Conhecimento (Inovação) e Interacção (Conectividade) dos Actores no processo de Desenvolvimento Rural.
Aqui quase sempre a "porca torce o rabo" porque a inter-relação entre o território, a inovação e os actores não acontece e isso destrói qualquer sistema à escala local e/ou regional.     
publicado por polvorosa às 22:59

23
Set 08

As Associações de Jovens têm uma forte importância no desenvolvimento do distrito de Évora. Graças a estas é possível uma maior participação dos jovens em actividades desportivas, culturais e recreativas. Cada vez está mais provado que é necessário envolver as pessoas nas fases de diagnóstico, planeamento, execução e avaliação. No Alentejo temos poucas crianças, muitos velhos e um número assinalável de jovens que gostam da sua terra e querem evitar migrar para outros lugares.

O Presidente da República encomendou um Estudo sobre os “Jovens e a Política”.   

Aqui estão os resultados do encontro dos Jovens com o Presidente da República no Palácio de Belém.
 
Em 2006 encontravam-se inscritas no Registo Nacional das Associações Juvenis (R.N.A.J.) 32 associações de jovens distribuídas por 10 concelhos. Évora tem 18 associações inscritas no R.N.A.J.; Vila Viçosa 5; todos os outros concelhos têm apenas 1 associação inscrita com excepção de Mora e Arraiolos que não têm qualquer associação inscrita no R.N.A.J.
As áreas de intervenção das associações juvenis são essencialmente a cultural com 29 associações a cumprir esse papel; a recreativa com 19 associações; a formação com 16 associações; o desporto com 14; a informação 12; intercâmbio 9; apenas 2 intervêm na questão ambiental.
O conjunto daquelas 32 associações envolve 7.229 associados dos quais 5.730 são jovens com idade inferior a 30 anos. Predomina o género masculino em 57%
No concelho de Évora há 3.215 associados, em Viana do Alentejo 105 e em Mourão 52.
Apenas Évora e Viana do Alentejo têm mais elementos do sexo feminino do que do sexo masculino entre os seus associados. Porém, em Évora mesmo havendo mais associadas do que associados, apenas 45% do sexo feminino fazem parte da direcção.
Também as Associações de Jovens estão mais velhas. Os membros do sexo feminino nos órgãos executivos com mais de 30 anos são 54 e com menos de 30 anos são 45. Já no que diz respeito ao sexo feminino 93 membros dos órgãos executivos têm mais de 30 anos, apenas 74 têm menos de 30 anos. A presidência destas associações é assumida maioritariamente pelo sexo masculino (23 do sexo masculino e 9 do sexo feminino).   
 
O mais importante é o Instituto Português da Juventude (I.P.J.), os Municípios, as Juntas de Freguesia, os Agrupamento de Escolas, as P.M.E.'s locais dêem realmente apoios às associações e grupos informais de jovens para aquisição de meios para a dinamização de actividades interessantes na óptica dos jovens.
Os jovens são irreverentes, dinâmicos e tolerantes, mas o mundo real é cheio de cinzento, injusto e selvagem. Como podemos nós comunidades e sociedade estabelecer bem esta ponte entre duas margens tão díspares?
As preocupações dos jovens relacionam-se com o emprego, com a educação, a habitação, família e segurança. Apesar de muitos jovens guiarem-se por valores pós-modernos, como a preocupação ambiental, a igualdade de oportunidades, a imigração, com a tecnologia presente quase em tudo no seu quotidiano, eles continuam a preocupar-se com causas comuns aos outros grupos etários.
 
Na vida em comunidade os jovens são capazes, basta dar-lhes uma oportunidade. 
Os eleitos locais devem realmente apoiar os jovens, não só com palavras mas com actos, é fundamental haver colaboração, mas também é importante não tentar instrumentalizar estes jovens. Em Aguiar há um Grupo de Jovens a dar os primeiros passos, provavelmente vão deparar-se com desafios e barreiras, talvez até onde as não achavam possíveis. Mas têm o apoio daqueles que tal como eu, apoiam e têm vontade de ver as aldeias, vilas e cidades do Alentejo cheias de vitalidade e animação.  

20
Set 08

António Vasquez Barquero é professor da Universidade Autónoma de Madrid e consultor do Banco Mundial e da ONU. Defende que a Política de Desenvolvimento Regional assenta em 3 pilares: Hardware; Software e Orgware.

 

O Hardware é constítuido por infra-estruturas para dotar a política regional e para melhorar a funcionalidade. Em especial Espaço Urbano, Escolas, Hospítais e Centros de Saúde, Espaços Públicos, Parques Industriais ou Centros de Negócio. Ou seja, infra-estruturas de promoção da coesão e da qualidade de vida.

O Sofware corresponde aos aos factores imateriais do Desenvolvimento. Aspectos qualitativos como os Recursos Humanos, difusão de Tecnologias, promoção da inovação e iniciativa empresarial, cultura de desenvolvimento, informação estratégica, Centros Tecnológicos e Parques de Ciência. 

E por fim, o Orgware que é a capacidade organizativa do território. Capacidade e dinâmica. Medidas e políticas para melhorar a eficiência, cooperação, parceria e avaliação para aceder ao Mercado. Mobilização dos vários actores.

 

Provavelmente a breve prazo, irá falar-se de Regionalização. O Alentejo tem 33% de superfície e apenas 5,2% dos habitantes portugueses. Na minha opinião, a nossa região não tem estado a conseguir desenvolver-se por diversas razões: desentendimento entre partidos políticos; acomodação dos caciques locais; interesses privados em detrimento do público; incapacidade de fazer progredir o tecido produtivo industrial; incapacidade de políticas públicas conjuntas intermunicipais; inexistência de estratégias partilhadas no campo social, económico, cultural, agrícola e turístico.

 

Para começar a resolver o problema, podíamos deixar de lado a duplicação de investimentos públicos desnecessários (até à escala local isso existe), incentivar a participação dos cidadãos e aumentar a transparência nos processos de tomada de decisão e avaliar inequivocamente os custos-benefícios com seriedade.  As pessoas têm de estar no centro das políticas, se isso não acontece, isto vai mesmo virar um deserto como dizia o outro.

 

Tirando algum Hardware, a maior parte dos conceitos de Barquero não estão a ser aplicados na região e muito menos no município de Viana do Alentejo. Será que os dirigentes não vêm que a região acentua fatalmente a sua sangria populacional, cada vez somos menos e com menos oportunidades de qualidade de vida. Continuar com guerras políticas desnecessárias, não só nos levam a parte nenhuma como acentuam o nosso atraso estrutural em relação a outras regiões e aos nuestros hermanos. Se isto não é um erro grosseiro...   


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