O Alentejo é hoje um território com potencial imenso. O Turismo cresce muito bem. A Barragem de Alqueva cheia de água a contrariar os velhos do restelo para quem a Barragem nunca encheria, tem capacidade hidro-eléctrica com potencial incrível, as condutas para a rega estão avançadas. A estação de TGV em Évora vai brevemente ser uma realidade. O Aeroporto de Alcochete vai localizar-se pertinho de Vendas Novas. Sines é um pólo incrível de desenvolvimento. Em termos de investimento público vemos uma série de apostas estratégicas que a médio-longo prazo vão certamente ter resultados positivos para esta região.
Portalegre, Évora e Beja têm apenas representação parlamentar de 8 deputados num universo de 230 deputados! É curto, politicamente tem uma representação fraca, apesar de ser um território imenso com 27.324 km2 de área total. No meu ponto de vista, a aposta política mais importante no futuro será manter as pessoas nas suas terras, existir regionalmente marketing territorial no sentido de trazer mais população para se fixar no interior através de incentivos reais. É necessário mais investimento público na educação e saúde, medidas positivas de apoio e atracção de investimento empresarial, batalhar por aumentar os padrões de qualidade de vida para os munícipes.
Agora num momento em que vemos Obama nos E.U.A. a universalizar os cuidados de saúde para todos, assistimos numo Europa liderada pelo Comissário Europeu Durão Barroso à perversidade do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que contrai o investimento público e os apoios sociais na altura em que mais são necessários. Há hoje em dia um dualismo gritante no mundo, a Europa corre o risco de ficar aprisionada entre um Estado responsável dos EUA e um Estado imparável da China. Infelizmente vemos o Modelo Social Europeu a desfalecer, aquela que era a grande marca europeia corre o risco de se tornar uma miragem. Urge repensar o que queremos para a Europa em geral e para o nosso cantinho no Alentejo em particular, há hoje claramente um racionalismo instrumental individualista europeu que impede a criatividade e inovação dos cidadãos e das comunidades. Só conseguimos mudar este rumo com uma Sociedade Civil forte, com cidadãos activos e participativos, conscientes dos seus direitos e deveres, com Estados fortes e responsáveis, com Empresas socialmente responsáveis, considero-me um optimista, pegando na máxima do Maio de 68, sejamos realistas exijamos o impossível.