Agora que Agosto terminou, com a partida de muitos imigrantes portugueses para França, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, etc. termina muito do rebuliço nas aldeias e vilas portuguesas. Montaram-se nos "bruta carrões" com ponteiras, escapes de rendimento e ailerons e fizeram-se à estrada, talvez voltem no Natal ou já só no próximo Verão. As minis ficam nas geleiras à espera, lentamente. Os Marantes, Carreiras, Diapasão, Toy's, Broas de Mel e outros vão arrecadando o órgão e a viola.
Tive oportunidade de ver este fim de semana o filme "Meu querido mês de Agosto", retrata bem a vida no interior do país, neste caso das beiras. A realidade daquelas pessoas é muito diferente de um conjunto de snobs pseudo-intelectuais que tentam fazer discursos de valores e de algum modo tenta ridicularizar pessoas que pensam de modo diferente, alguns urbano-depressivos outros com a pressão de novo riquismo sob a capa de elite.
A realidade de um país, de um povo ou da população de um concelho, não se muda por decreto nem com varinhas mágicas, a vida é isto mesmo, é esta variedade e diferenças de culturas que permitem evolução das sociedades. Cada vez, o pos-moderno é mais visível, os "ismos" têm tendência para acabar, as sociedades reiventam-se nos usos, costumes, tradições, música, língua, desportos, etc.
Num momento em que há eleições à porta, aparece de tudo na comunicação social, são criados blogues, é feita muita política, mas sei que as pessoas são genuínas, conheço bem o povo, tenho a certeza que não se deixam enganar por ninguém, tenho pena de quem julga que o povo é burro e que o consegue controlar, não é assim e nenhum partido é dono do seu voto.
Para muitas pessoas, a vida é difícil, o desemprego ataca, a justiça emperra, os cuidados de saúde são caros e inacessíveis, cuidar diariamente dos filhos e dos velhos, reformas baixinhas, entre outros problemas, então só resta mesmo "Passear contigo, amar e ser feliz tiririririr!".