Quinto erro capital: O Caos do Urbanismo
Viana do Alentejo, por culpa, sobretudo de políticas locais erradas, perpetuadas pela CDU à 16 anos neste concelho está hoje mais gorda, velha, suja e feia.
Gorda porque do ponto de vista do ordenamento do território, a Vila de Viana do Alentejo não tem ponta por onde se pegue. O centro histórico é invisível e pouco atractivo. O centro é exíguo e de muito difícil acesso, as acessibilidades são péssimas, as ruas estão todas esburacadas, as bermas são inexistentes, a segurança para peões é ténue, há falta de iluminação pública em alguns locais, a mobilidade para pessoas de mobilidade condicionada por exemplo, em cadeira de rodas ou bebés ou crianças em carrinho é muito reduzida. O centro de Viana não tem vida, logo a dinâmica em seu redor não existe. Mesmo em bairros novos, as zonas verdes e de lazer são escassas.
Velha porque o centro de Viana do Alentejo tem hoje uma população muito envelhecida e as casas tendem para ficar em mau estado e altamente degradadas. Não existe uma política séria de arranjo habitacional, nem programas de reabilitação ou restauro destes imóveis.
O Porta 65 arrendamento jovem não existe em Viana do Alentejo simplesmente porque a Câmara não o quer apoiar, perde assim uma oportunidade de luxo para ajudar os jovens. Os jovens são obrigados a mudar-se para a periferia e o centro histórico acaba por definhar e perder vida, acabando com a animação e os espaços de compra e lazer. As montras e os espaços comerciais não têm nos jovens clientes habituais, acabam por ficar ultrapassadas e poucos atractivos, inclusive para os poucos turistas que visitam este concelho, levando à sua rápida falência ou trespasse.
Feia porque as casas e jardins de particulares também não estão cuidados porque as pessoas não sentem incentivo, vêm que a sua própria autarquia não dá o exemplo, não há programas de incentivo e apoio para os jardins floridos, para as casas caiadas e outras soluções originais como existem noutros concelhos.
Os espaços verdes públicos no centro urbano não estão cuidados como mereciam, as ervas daninhas e os grafitis invadem os espaços públicos onde a população se devia sentir bem se estivessem criadas condições para isso.
Se existir planeamento atencioso é possível haver espaços públicos para todos os públicos, grupos etários e todos os cidadãos, arranjando os espaços e dialogando com a população no sentido de fazer espaços adequados e pertinentes com que as pessoas se identifiquem e se sintam bem a fazer as suas actividades quotidianas.
Suja porque todas as entradas em Viana do Alentejo metem nojo, a estrada que vem de Vila Nova da Baronia uma está cheia de lixo e entulho, a de Alcáçovas apanha com os montes do estaleiro, a de Portel leva logo com um posto do gás, ali junto ao Intermarché há um cruzamento onde os acidentes são demais - já se justifica a construção de uma rotunda, e finalmente, a estrada de Aguiar onde aquele mural cheio de cartazes e porcaria está quase a cair em cima de transeuntes e dos automóveis.
Este é o pior cartão de visita possível, para os potenciais turistas do concelho, como normalmente se diz "não há uma segunda oportunidade para uma primeira boa impressão".
Esta apregoada e anunciada requalificação urbana, é mais eleitoralista do que outra coisa qualquer, não ataca os problemas de fundo, é apenas uma mera maquilhagem, uma simples operação de cosmética, obra de fachada. Porque é anunciada a poucos meses de eleições autárquicas. Porque não resolve nenhum problema de facto. Todos os dias os cidadãos em Viana sentem na pele os problemas desta azáfama de obras, da inconveniência do abre buraco e tapa buraco, aqui e ali, fugas de água, rebentamentos de canos, o barulho ensurdecedor, os problemas do trânsito, etc. sem que se resolvam os verdadeiros problemas estruturais de equipamentos e estruturas obsoletas. Tal e qual como uma administração por nós conhecida que está a precisar de muito mais do que simples remendos.