Na passada quarta-feira, a R.T.P. colocou no ar a "Grande Reportagem" com o título "Viver com 400 euros". Esta peça jornalística deu a conhecer a D.ª Olga e o filho Zézinho. Esta família não vive, apenas sobrevive com uma quantia ridícula de 400 euros por mês para fazer frente ao galopante custo de vida português, ela ganha pouco mais de 2 euros por hora para trabalho em apoio domiciliário.
O filho não tem ocupação de tempos livre, é em muitos casos impossível comprar medicamentos, comprar peixe ou carne é um martírio, andar em transportes públicos uma dor de cabeça, férias uma ilusão.
Não podemos pactuarmos com este tipo de situações e meu Deus, são tantas e tantas as famílias nestas condições. Para perpetuar estas situações há depois o inverso que promove a grande desigualdade de rendimentos, eles são os gestores, os administradores, os políticos, os futebolistas, os jetsets e vips nacionais.
Esta reportagem da estação pública de televisão teve um mérito, gerou uma enorme onda de solidariedade dos telespectadores, uns ofereceram logo prática desportiva ao miúdo, outros transporte, outros casa para passar uns dias de férias, etc.
É bom saber que a sociedade portuguesa está atenta a estes casos denunciados pela televisão pública, mas a maior parte do tempo as televisões estão a brindar-nos com programas da treta e o mais grave de tudo é mantermos um estado assistencialista e não um verdadeiro estado-providência onde se considerem as pessoas como verdadeiros cidadãos com deveres mas também com direitos, não podemos ser sempre fortes com os fracos e fracos com os fortes. Quem não conhece pessoalmente uma Dona Olga?