Depois da expressiva vitória de Pedro Passos Coelho no PSD acho que não vai estar muito tempo no cargo. Este partido continua balcanizado, para já Passos Coelho pode ser muito popular e ter uma máquina infernal nas suas costas, liderada por Miguel Relvas e Ângelo Correia, mas acho que o homem que quer privatizar a Caixa Geral de Depósitos é um gigante com pés de barro e mais cedo ou mais tarde ficará a nú a sua incapacidade para tomar as rédeas do próprio partido quanto mais ser líder do Governo.
O Presidente Cavaco Silva preferia Paulo Rangel, mas vai ter de (re)aturar as birras de Passos Coelho com quem já se desentendeu inúmeras vezes quando um era 1.º Ministro e o outro chefe da JSD. Vamos esperar para ver o que vai dar, mas para já começaram as turras com o PEC, o Presidente é favorável, o novo líder do PSD é contra. A alguns meses de eleições, Cavaco Silva tem aqui uma pedra no sapato.
O PSD é sem dúvida um grande partido, as eleições do fim-de-semana provaram isso mesmo. Mas não podemos concordar com um partido que impede os militantes de expressar opinião ou fazer qualquer tipo de crítica à liderança durante 60 dias, a malta do Congresso que votou isto não devia estar boa da cabeça, a lei da rolha aparece onde menos se espera, vá-se lá saber porquê.