Quarenta mulheres morrem anualmente vítimas de violência doméstica, números que devem "envergonhar e afligir" a sociedade, que mostram que ainda há um longo caminho a percorrer, segundo a secretária de Estado da Igualdade. Na abertura da Sessão de sensibilização sobre Violência Doméstica, no âmbito do IV Plano Nacional Contra a Violência Doméstica (2011/2013), que hoje decorre no Campus de Justiça, Elza Pais destacou a necessidade de se aplicar mais e melhor as leis vigentes e usar os mecanismos que estão ao dispor das vítimas e dos agressores, como a vigilância eletrónica e a teleassistência. "Espero que esta iniciativa dê um grande impulso na aplicação das medidas de teleassistência e vigilância eletrónica", disse Elza pais, lembrando que durante um ano foram aplicadas "apenas" 46 pulseiras a agressores e que, em média, morrem 40 pessoas por ano vítimas de violência doméstica.
Questionada sobre se a actual crise financeira pode potenciar mais crimes deste género, a secretária de Estado não quis fazer essa relação. Contudo, apesar da crise não ser a causa do fenómeno da violência doméstica, admitiu que a "pode agravar". "A crise de facto é um momento difícil, mas às vezes as crises também são oportunidades para despertar para novas consciências de respeito de valores para com o outro, onde o fator cifrão não domina o controlo da vida", afirmou. A sessão contou com a presença do Procurador-geral da República que destacou a coragem das vítimas em dirigir-se às autoridades, apesar de os números ainda indicarem que apenas uma em cada cinco vítimas denuncia o crime.
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