Azáfama; grande atividade; agitação; rebuliço.

26
Abr 10

 

Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Viana do Alentejo

Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal

Ex.mas Senhoras e Senhores representantes dos Partidos Políticos com assento nos Órgãos deste Município, Partido Socialista, Partido Comunista e Partido Social Democrata

Ex.ma Senhora Representante da Senhora Governadora Civil

Ex.mas Senhoras e Senhores Representantes do Movimento Associativo do Concelho de Viana do Alentejo

Minhas Senhoras e meus Senhores


Confesso que ao preparar esta minha intervenção, sobre o 25 de Abril de 1974, tive alguma dificuldade no seu início porque as ideias surgiam mas considerando-as repetitivas, acabava por as abandonar.

Lembrei-me então de iniciá-la prestando uma pequena homenagem a um dos resistentes antifascistas, um símbolo vivo da resistência à ditadura Salazarista e meu camarada de partido.

Refiro-me a Manuel Alegre.

É deste modo retirando da Obra Poética I deste meu camarada que inicio a minha intervenção lendo (não vou declamar) o poema Liberdade.


Sobre esta página escrevo

Teu nome que no peito trago escrito

Laranja verde limão

Amargo e doce o teu nome

Sobre esta página escrevo

O teu nome de muitos nomes feito

Água e fogo lenha vento

Primavera pátria exílio.


Teu nome onde exilado habito e canto

Mais do que nome: navio

Onde já fui marinheiro

Naufragado no teu nome

Sobre esta pagina escrevo

O teu nome: tempestade.

E mais do que nome: sangue.

Amor e morte. Navio.


Esta chama ateada no meu peito

Por quem morro por quem vivo

Este nome rosa e cardo

Por quem livre sou cativo.


Sobre esta página escrevo

O teu nome: Liberdade.

 

Liberdade e Democracia dois dos valores fundamentais da Humanidade que nos foram restituídos no 25 de Abril de 1974, pelos Capitães de Abril.

 

A Revolução dos Cravos libertou Portugal de uma ditadura Fascista/Salazarista que nos oprimiu durante 48 anos e abriu caminho ao progresso e desenvolvimento deste País.

Foi também esta Revolução sem sangue que acabou uma guerra injusta e que possibilitou a independência das ditas “Províncias Ultramarinas”. Timor foi a excepção e por ele lutámos mais tarde com o espírito que Abril nos deu.

A entrada de Portugal na Comunidade Europeia é sem dúvida o momento decisivo que havia de transformar este País no Portugal moderno que muito nos encheu de orgulho.


Hoje em dia por causa do défice e da dívida pública somos obrigados a enfrentar as medidas restritivas do Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC).

Perder algo que julgávamos ter como um direito adquirido é injusto, mas Portugal e os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades.

O dinheiro da “Europa” e a política do betão, não conseguiram o milagre esperado para este País.

Portugal e a maioria dos portugueses mais uma vez terão que fazer sacrifícios.

No entanto é importante, que as medidas restritivas preconizadas no PEC sejam credíveis e que possam devolver a confiança dos mercados financeiros e instituições internacionais para que Portugal possa escapar ao destino dum País como a Grécia.

 

No Concelho de Viana do Alentejo as comemorações do 25 de Abril de 2010, têm um sentimento diferente. Em resultado das Eleições Autárquicas de Outubro de 2009 o Partido Socialista e o Movimento Unidos pelo Concelho de Viana do Alentejo – Uma Nova Esperança, derrotaram a CDU há 16 anos à frente dos destinos desta Autarquia.

A 25 de Abril de 2009 com a CDU liderada por Estêvão Pereira, então Presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, o tom dos discursos era o de sempre:

- todo o mal que acontecia neste Concelho era do Governo Central e do Partido Socialista.

 

Hoje, com o Presidente Bengalinha Pinto, os problemas deste Concelho que a CDU se lamentava de não poder resolver, atribuindo a culpa ao Governo do Partido Socialista estão a ser resolvidos ou, encontram-se bem encaminhados para uma resolução que venha de encontro aos interesses desta Autarquia.

Hoje com o Presidente Bengalinha Pinto temos a certeza que seja qual for o partido político que estiver no Governo Central, esta autarquia irá trabalhar e cooperar com o objectivo de ultrapassar a pesada herança legada pela CDU que em 16 anos de poder autárquico, deixou o concelho subdesenvolvido e isolado do resto do Alentejo.

Antes de concluir esta intervenção feita em nome do Partido Socialista, aproveito a oportunidade para em público, esclarecer o meu pedido de renúncia ao mandato de vogal da Assembleia Municipal. Faço-o em consideração aos meus camaradas e amigos e aos eleitores que votaram não só no Partido Socialista, como também a todos aqueles que votaram pelo Movimento Unidos Pelo Concelho de Viana do Alentejo – Uma Nova Esperança, acreditando que irão conduzir este Concelho ao patamar de desenvolvimento a que todos aspiram.

 

É do conhecimento público que quando desempenhava funções de vereador no anterior mandato, por razões de saúde suspendi essas funções, regressando restabelecido e com forças suficientes para levar o mandato até ao fim e participar activamente na luta que conduziu à eleição do Bengalinha a Presidente desta autarquia e à vitória eleitoral do Partido Socialista e consequente derrota da CDU que há 16 anos exercia o seu poder absoluto no nosso Concelho.

São estas mesmas razões de saúde que me levaram agora a tomar a decisão de me afastar da política activa considerando que a suspensão não é solução.

Alguns dirão que é uma solução radical mas esta é a minha forma de estar na vida: ou estou empenhado, ou, se não o posso fazer devo sair dando o lugar a quem seja mais válido e disponível para a luta.

 

Sou e serei sempre militante do Partido Socialista.

 

Estou e estarei por convicção ao lado do Presidente Bengalinha Pinto e do Movimento Unidos Pelo Concelho de Viana do Alentejo.

 

Viva o 25 de Abril.

Rui Gusmão

publicado por polvorosa às 13:11
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Sr. Professor Rui Gusmão triste papel o seu na tarde do 25 de Abril de 2010, permitiu-se fazer o papel mais desprezivel que um politico pode fazer, deixar de ter voz propria e ser um moço de recados da Nandinha!!! Sinceramente não esperava nivel tão baixo. O senhor sabe do que lhe falo..
Anónimo a 27 de Abril de 2010 às 08:44

Uns serão (eventualmente ) moços e recados dos vivos, outros teimam em sê-lo dos mortos.
Anónimo a 27 de Abril de 2010 às 10:54

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